Naquele sonho, as almas incessantes vagueavam
nas calçadas de todas as cômodas cidades.
Clamavam por ouvidos que as escutassem;
brandiam as infinitas verdades do outro plano
Eram solitárias e por terem há pouco falecido
não tiveram tempo de esquecer os que viviam
Errantes, teimavam que alguém acordasse
e confessasse as palavras divinas para o bem da humanidade
Aquelas mais velhas, desistiam e emergiam-se na eternidade dos cosmos
Há séculos que eram ignoradas e ,enfim, desiludidas, simplesmente, paravam de tentar
Entendiam que os mortais não tinham amadurecido o bastante
E que apenas a morte traria consigo a sabedoria dos anjos
Infelizmente, por mais sábias que eram, as almas esqueciam do detalhe
de que quando o amanhecer urdia acordar os vivos
Aqueles que recordavam deste sonho
punham-se a esquecê-lo de imediato
(Parece que de acordo com o paradigma social do século 21,
as pessoas que falavam demasiado de seus sonhos
Eram logo indentificados como loucos e excluídos
para a segurança e bem da sociedade)
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