Agradeciam e o ofereciam filhas e banquetes
mas ele não as recebeu
Beijavam-no embaixo da chuva parisiense
mas ele não beijou de volta
Falavam paixões e medos freudianos
mas ele não as escutou
Gritavam aos prantos e o deixavam pra trás
mas ele não se importou
Esmurravam, cuspiam e caçoavam dia e noite
mas ele não sentiu nada
Mataram-no no meio do mercado da praça
mas ele nunca viveu
sábado, 16 de março de 2013
quinta-feira, 14 de março de 2013
E lá estava o prédio branco
da esquina abandonada
Não morava pessoa ou gente
apenas sem-tetos e ratos
No último andar, não existia
cupim ou fantasma de filme
O vazio e silêncio de horas atrás
era o mesmo a cada instante
Quem, algum dia, tentasse
subir as escadas e entrar lá
Não voltava ou não mais se via
perdiam-se na metáfora do meu coração
da esquina abandonada
Não morava pessoa ou gente
apenas sem-tetos e ratos
No último andar, não existia
cupim ou fantasma de filme
O vazio e silêncio de horas atrás
era o mesmo a cada instante
Quem, algum dia, tentasse
subir as escadas e entrar lá
Não voltava ou não mais se via
perdiam-se na metáfora do meu coração
quinta-feira, 7 de março de 2013
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