Enraiveçe e cresce descomunalmente
como uma tempestade por vir
Seus olhos vermelhos rasgam a alma
de quem os encarar
E seu instinto, finalmente, se atiça
ao ver quem ou o que nunca poderá ser
Eu o aprisiono
Todo dia, diz-me mentiras ou verdades mal contadas
grita e esperneia; quer sair do cárcere e, penso eu, de si mesmo
Tenta-me toda tarde e ,a noite, apenas olha-me
cego de raiva, cego de ilusão
Não sei mais o que fazer com o demônio enjaulado
Não morre e não envelheçe a criatura malograda
Ao invés, se nutre de meu medo
Covarde que sou eu, não admito encará-lo de frente
e ver-me como num espelho
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