domingo, 12 de agosto de 2012

Um beija-flor entra pela janela
trincada e empoeirada
de um apartamento fantasma;
não há mais ninguém lá, só memorias

O resto de açucar na xícara
trouxe o pássaro ao apê
Talvez assim alguém sinta o gosto de vida
e volte a morar em ti, pobre desolado

Retratos da família, marcas de giz
nada menos que cicatrizes e mágoas
dores de vinte anos partidos sem adeus
e um silêncio deixado para trás

Um dia, o açucar da xícara acabou
e o beija-flor voou longe
Não lhe apetece o amargo do resto
o sabor de niguém; solidão

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