sábado, 2 de junho de 2012

Neste instante, o ar pesa tanto! Um exíguo poste de luz traça meu caminho na escuridão. Já era demasiado tarde e, felizmente, os poucos postes que funcionavam estavam perto de mim. As desconexas casas escoradas umas nas outras dão um aspecto pitoresco àquela solitária rua. Não diferia das outras daquele munícipio; tudo parecia se repetir, pobre e simples. Caminho errante pelo desconhecido; assustava-me como parecia que a cidadela tinha vida própria. Naquele momento, estava a dormir em sono profundo e distante. Cheguei em uma esquina, finalmente, e tentei balbuciar o nome do sujeito na placa que indicava onde eu estava. Esqueci de mencionar que ,devido a algumas taças de vinho e uma rápida fuga da casa, onde comemorava o aniversário da sogra, para mijar, estava naquele estado lastimável. Minha esposa me intimou a ir para o aniversário de sua mãe; pensava que o álcool serviria bem a minha paciência. As palavras na placa agora não me faziam sentido; uma mistura de consoantes me fez questionar se não havia pego o avião errado e viera a alguma vila russa ou algo assim. Decidi continuar indo reto até alcançar algo ou alguém que ajude minha penosa alma a achar o caminho de casa. Enquanto isso, castigava minha cabeça tentando expulsar qualquer projeto de pensamento desconfortante; entrar em pânico seria um ato covarde e não queria passar vergonha diante dos respeitosos convidados. Mas aquele ar... parecia que o fôlego não me satisfazia e, a cada passo, sufocava-me mais com minha embriaguez. Minha tênue sombra era minha companheira mas, com ela, não poderia conversar, então, para me distrair, ouvia a conversa dos grilos noturnos. Cantavam e colocavam o assunto em dia ,já que, apenas naquela hora, que achavam sua paz. Julgava que passava perto deles pelo ríspido tom que a conversa, repentinamente, adquiria. Não ficavam felizes com forasteiros; tramavam, a cochichos, contra mim por ódio de estar profanando sua hora sagrada. Tratei de apressar o passo e sair de longe dali; não

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